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Bancos demitem mais, mesmo lucrando muito, diz Dieese  

Os bancos privados nacionais e estrangeiros continuaram fechando postos de trabalho no primeiro semestre de 2014, apesar do aumento dos lucros do setor. É o que mostra a 6ª edição do estudo Desempenho dos Bancos, divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).



Os bancos também aumentaram em média 9,7% as tarifas bancárias. A maior variação foi do Itaú Unibanco, com alta de 16,3%.

A estratégia dos bancos privados, nos últimos anos, visopessoal, avalia o Dieese.

Os bancos públicos, por sua vez, têm mantido a oferta de crédito em expansão, com destaque para a Caixa, cuja estratégia tem sido a melhora do Índice de Eficiência por meio da elevação das receitas de intermediação financeira, além das receitas de tarifas

De acordo com o levantamento, em junho de 2014 os seis maiores bancos que operam no País obtiveram lucro líquido superior a R$28,4 bilhões, crescimento de 14,3% na comparação com o primeiro semestre de 2013. Dentre eles, apenas a Caixa Econômica Federal (CEF) manteve a geração de emprego.

O total de ativos dos seis maiores bancos atingiu, em junho de 2014, o expressivo montante de R$ 5,1 trilhões, com evolução de 10,2% em 12 meses. O valor representa mais de 80% do total de ativos de todo o sistema financeiro. O patrimônio líquido, capital próprio dessas instituições, cresceu 12,4% no período, atingindo volume de R$ 331,3 bilhões.

Apesar de ser uma fonte secundária de receitas, as tarifas representam um percentual importante da receita total dos bancos. Em média, as receitas com a prestação de serviços e tarifas bancárias aumentaram 9,7%, entre junho de 2013 e junho de 2014. A maior variação foi observada no Itaú Unbanco (alta de 16,3%) e a menor, no Santander (2,0%), conforme mostra o Gráfico 2. O HSBC foi o único banco a apresentar queda nesse item (-2,0%).

O número de trabalhadores nos seis maiores bancos do país segue em queda desde meados de 2012. Entre junho de 2013 e junho de 2014, o total de empregados nessas instituições passou de 473.392 para 468.440. Foram fechados 4.952 postos de trabalho nas seis maiores instituições bancárias do país, no período.

Santander, Bradesco, Itaú, HSBC e Banco do Brasil reduziram os quadros de funcionários em 9.095 postos de trabalho. O resultado só não foi pior porque foram abertas 4.143 vagas na Caixa Econômica Federal, em 12 meses (elevação de 4,3%). Com isso, o quadro de funcionários do banco superou o do Bradesco em 748 trabalhadores efetivos (excluindo-se os estagiários).